sexta-feira, dezembro 15, 2017

DONA DO BAR- um poema de MárciaMarko


DONA DO BAR


Esta noite você não vai para o boteco!
Bebê
Esta noite vai ser a noite que vou embriagar-te
Comprei todas as garrafas do bar
Esta noite
O seu boteco
Vai ser no nosso lar
Nem mais um passo
Você não vai escapar
Esta noite
Fantasia…
Garçonete sedutora embriagar-te
Sedução
Se assente, acomode-se no canapé
Fique à vontade
Toca no rádio uma música suave
Vislumbra-se
Vinda sua garrafa bem gelada
Um copo aerófano
Dous vigores
Mais nada
Desnorteado entropigaigaitado
Antes mesmo o copo rechear
Garçonete sedutora a sua disposição
Devaneio
Renda saia rosa
Reverso polpa aparecer
Delirar
Avental frontispício ínfero imaginar
Meia calça quadriculada vermelha
Sandália preta salto alto para o altar
Supino sim-senhor arrebitado
Para o seu olhar
Dissimulada
Máscara aos meus olhos acobertar
Um gole do meu copo
Espumas beiça ferventar
Entre um gole e outro
Bebê
Suas vestes estou a retirar
Ingénuo inartificioso platónico mentecapto
Para mim
Estar tudo a rodear, girar
Sem muita belona ao piso descair
Salto alto em seu tórax
Não conter em judiar-te
Triunfar matracar ludibriar
Estás pronto para esta noite embriagar?
Entreveja oposta descortine acima
Visão venustidade beldade glamour
Sensualidade locomover-se bailar
Aos seus olhos, nos seus olhares
Nas suas fuças
Rebolar, requebrar,
Sensualizar até botelha resvalar
Seduzir-te
Renda-se para mim
Soluços ânsias apetências
Insano por mais um copo alcoolizar
Levante-se
Ébrio tonto alto
Garçonete sedutora
Arcar para o estrato pousar
Negrume calidinoso olhos vendar
Gravata laços nos punhos
Censurado para tocar-me
Bebedor não vai quedar-se
Até o último gole entuchar
Em seu cálice vou encher-me de você
Um gole na minha boca
Aceita?
Meus beijos embeber?
Pois quero embriagar-me
Nos doces beijos de você
De gole em gole vou abaixando
Pêlos do tórax nas unhas
Apear quando ouvir seus sussurros
Sua carne estremecer, contorcer
Pau-d'água, obre apeganhar
Absorver, sugar, consumir,
Engolir, abocar, chupar
Abrincalhar
Mamada
Quero acquiescêr
Embriagar-me de você
Sessenta e nove garrafas
Nós vamos desaguar
Beberrão
Minha esponja
Necessidade seus lábios chuchar
Queres a todo custo
Meu mel seu copo encruzar
Bebedor
Suga-me, enxuga-me, esvazia-me
Mamado anelo permitir
Chupar minha taça cristalina
Alísia, concha vaidosa, avolumada, dilatada
Amorosa, graciosa
Internados
Taça e pau-d'água misturar
Gingar, agitar, balançar, bulir
Descender, alevantar, descair
Lépido, calmamente
Paulatinamente, abundantemente
Adimplir
Espumas, espasmos, borbulhas
Desaguar
Explodir
Êxtase,
Gozos, orgasmos, gradação
Saciados com a orgia bromo
Mamados
Embriagados
Overdose
Paladar porre de amor
Amante
E pelas noites
Madrugada nudeza adentro
Você sempre lá fora
Sua dona do bar aguarda-o para bem servir
Promete amor
Desta chona em diante
Você não vai mais para o boteco
Bebê
Se a saída acontecer
No nosso bar poder aparecer
Outro consumidor para a sua dona atender…




MárciaMarko

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva aqui sua opinião. Obrigada!