sábado, agosto 04, 2018

MEU PRATO PRINCIPAL- um poema de MárciaMarko

MEU PRATO PRINCIPAL

Todos os dias
A principal refeição
É a hora do almoço
Todos os dias
No meu horário de almoço
Você passa por entre a minha mesa
Sem nem ao menos reparar-me
Seu perfume abre meu apetite
Aroma a impregnar minha docilidade
Desejos deliciar minha magreza
Está na cara que eu quero comer-te
Todos os dias no mesmo restaurante
Você passa por entre as pernas da minha mesa
Desfilar meu prato principal
Você
Não fazes ideia
Encarne dos meus delírios
Pedaço da gula
Meu primeiro pecado capital
Cardápio principal
Minha maginação puxa-te para longe
Vem comigo
Para zona do paraíso
Largo as colheres, o garfo, a faca
Fica apenas o prato,
Que é o principal
Lanço-te sobre a minha mesa
Devorando seu palato com meu paladar
Línguas com línguas encruzarem
Seivas alternar
Braços alteram-se aos troncos
Misturam-se em uma grande confusão
Não sei qual é o braço que pertence para essa mão
Mãos que se deslizam, vagueiam, patinam
Num desespero insaciável
Ora mãos
Ora línguas
Morder em certo ponto é pecado
Nesse instante encontramo-nos diante do estrado
Exasperadamente retiramo-nos com fúria nossas vestes
Que não fazem sentido
Sentido na pele
Afobação, fome, desejos
Queimam no olhar
Ósculos cada vez mais intensos
Desabusada deslizo minhas garras
Descaindo sobre os pelos de seu tórax
Aprofundando seu abdômen
Abaixo encontro o pano
Este mesmo que esconde o seu melhor sabor
Segredo do tempero do meu amor
Arredando delicadamente
Também nos domínios dos meus beijos
Sem tirar os meus olhos do seu olhar
Deliro
Só de ver-te suspirar
Ciciar distúrbios de seus pensamentos
Ansiar
Almejar sua maginação contra minhas mãos
Que não cessam de violar meu cardápio
Braços, costas, peito, virilha
Apalpo…
Escassez carência agradável compressão
Aperceber pedaço da minha carne
Febre tépida de amor
Tateando maveosamente
Tortura sem dor
Suas garras digitalizando todos os arredores da minha compleição
Nervoso
Esfrega-se
Maroto
Insinuando-se sob minhas nádegas
Arranco sua veste no desamor
Totalmente explícito para minha contentação
Instantaneamente deslizo gustação
Até emanação da minha aptidão
Músculo que abocanho com apetite
Tacto, olfato e paladar
Ababalhar
Circulando cabecilha
Escorregando, alteando, rodeando
Sugando eutimia lentidão
Mesocarpo engrandecer
Petiscar-te
Lambiscar-te
Mordiscar-te
Antes de comer-te
Meu cardápio primordial
Meu prato principal
Pênis mergulhado ao molho na boceta
Aproveita
Suprir nossa alimentação
Quimeras
Inclino-te leito das minhas nuvens
Lençol azul de tesão
Sentindo deslizar seu gregório
Denso, teso, forçoso, varonil
Pétreo
Estremeço-me
Meus grandes lábios tragar esse sabor
Carne, nervos, músculos, veias de amor
Sussurros, espasmos, gemidos
Sal derrete aos poros
Propensões fundem-se
Carnes sem ossos
Com osso trinca
Salpicam, conglomeram
Bolem
Rebolem
Pau agita, bate, trepida
Balança
Sacode
Desliza
Escorrega, labuta,
Espinha horripila
Dilacera
Estremece
Estafa alguns segundos
Transpiração, suor, sudorese
Aromas, essências
Emanação do amor
Corações palpitar acelerados
Num ritmo incansável
Incontrolável, indômito, demasiado
Burla oscilar golpe espólio gozação
Orgasmos, clímax, satisfação
Deleitação no mesmo instante
Delícia fazer amor com você
Gozar, suar, tremer
Duos corpos sem juízo
Encontramo-nos exultação
Na porta entrada do paraíso
Render-se…
Amados
Cansados
Puxa-me para o seu lado
Lado esquerdo do peito
Olhares apaixonados que conversam no emudecer
Beijinhos, ósculos, selinhos
Silêncio…
Morosamente adormecemos
No amor que vivenciamos...
Apenas para você saber
Ah! Como eu amo você...




MárciaMarko


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