terça-feira, maio 29, 2018

SUBORDINADA...- um poema de MárciaMarko

SUBORDINADA...


Terno e gravata
Blazer
Alinhado
Sapato preto social
Esporte fino total
Requintado…
Cinto...
Juiz da minha pretensão
Devaneios
Alucinação…
Submissão
De joelhos tens-me na sua cobiça
Assentado
Cátedra do seu couro
Relaxado
Com sua taça de vinho
Bebe-me
Embriaga-me…
Dopado
Estante do seu apogeu…
Subordinada
Assim estou eu…
Aos seus anseios
Insanidades
Intuitos
Demanda...
Litígio…
Protesto
Julgação…
Ré primária em suas mãos…
Processo dissensão…
Transcreves com todas as letras sob meu papel
De linhas e entrelinhas
Vocábulos de mel
Impresso…
Impressão…
Digitalizando-me...
Passeata por toda minha extensão
Manifestação dos seus desejos
Por mim
Em mim…
Estremecimento…
Julga-me com sua diplomacia
Argúcia…
Sutileza…
Defendo-me com unhas e dentes
Linguajar entibiar em sua mente
Lambeando-te
Ababalhando-te
Lábios morder de furor
Maliciosa
Paixão
Ósculos para te pagar a sentença...
Desatino...
Terno e gravata
Juiz arremata-me…
Joga-me na sua cela subversão
Fraude
Torturação
Algema-me
Chicoteia-me
Desfalque do meu amor
Compaixão...
Gravata nas mãos…
Venda-me…
Amordaça-me
Tribulação
Suplício...
Rendo-me
Entrego-me…
Bata o martelo…
Devaneação...
Sentença encerrada
Sou sua
Juiz
Sem juízo…
Granjeou
Conquistou o requisito
Tribunal
Noite do paraíso...




MárciaMarko


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